A Dialética do Esclarecimento (e da Dominação)

O livro, Dialética do Esclarecimento, escrito em conjunto por Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, é o esforço em compreender uma das questões que assombraram o século passado: a razão da história humana, em vez de ter encontrado o progresso, regredir em uma nova forma de barbárie, o fascismo. Alguns pensadores já haviam tentado explicar as razões que haviam permitido o surgimento do fenômeno durante o andamento incerto da Segunda Guerra Mundial. A crítica dos liberais ganhou larga aceitação, porque logo em seguida outro fenômeno totalitário, ainda que mais antigo, tomou a atenção do ocidente; mas essa não é a única diferença em relação aos liberais. Adorno e Horkheimer derivam a condição moderna do processo dialético do esclarecimento. O esclarecimento alcança seu ápice no Iluminismo, mas, e é importante adiantar, não se prende a uma linha cronológica precisa, nem se limita ao Iluminismo, visto que para eles o caráter de dominação se mantém constante na história.1 De qualquer forma, são críticos do otimismo típico do sistema iluminista e seu racionalismo. Por outro lado, os liberais, embora igualmente vejam o nazifascismo como uma reação ao fracasso da experiência dos séculos XVII e XVIII, em geral, defendem justamente o otimismo (não ingênuo) do esclarecimento como antídoto. Continuar lendo